Tulipomania foi a primeira bolha especulativa na história da economia, que mudou o comportamento de compra e venda de ativos, fazendo com que apenas um bulbo de tulipas custasse R$ 200 mil. Saiba tudo o que aconteceu neste artigo.
O que foi a Bolha das Tulipas?
Bolha das tulipas, mania de tulipas ou tulipomanias foi a primeira bolha especulativa da história da economia mundial, que ocorreu no século XVII nos Países Baixos, onde está a Holanda atualmente. Tudo aconteceu porque um botânico chamado Carolus Clusius, que vinha de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia), trouxe alguns bulbos de tulipa para plantar em seu jardim.
A flor era novidade no país e sua beleza despertava o interesse dos vizinhos, que invadiram o jardim para roubar os bulbos e vendê-los. Em pouco tempo, a flor se tornou um símbolo de nobreza e a obsessão pelas tulipas cresceu tanto que as pessoas começaram a vender parte do patrimônio para comprar alguns bulbos de tulipas. Segundo o livro Crash – Uma breve história da economia, um único bulbo de tulipa passou a valer o equivalente hoje a R$ 200 mil, negociada até na bolsa de valores.
Em fevereiro de 1637, os comerciantes de tulipas não conseguiam mais aumentar os preços de seus bulbos e então começaram a vendê-los em grande escala, o que causou o estouro da bolha! Alguns negociadores deixaram de manter os contratos de aquisição de tulipas, que haviam sido estabelecidos anteriormente, com preços que agora eram dez vezes superiores aos praticados no mercado, enquanto outros compraram bulbos cujo valor era muito inferior ao pago anteriormente. Dessa forma, milhares de holandeses, incluindo executivos e membros da alta sociedade, tiveram dificuldades financeiras.
O que é uma Bolha Especulativa?
Bolha Especulativa ou Bolha Financeira é o nome dado a um ativo (como as tulipas) que aumenta de uma forma inimaginável e logo em seguida tem uma queda de valor muito grande, causando prejuízos aos empreendedores que o adquiriram, podendo levá-los até mesmo à falência.
As bolhas surgem quando as pessoas copiam o que outros estão fazendo sem pensar nos objetivos que estão por trás daquela ação. Dessa forma, começam a comprar muito aquele ativo e, com a grande procura, o valor do produto aumenta. Até que um belo dia, algumas pessoas percebem que aquele ativo não vale tudo isso e vendem! Novamente, os outros repetem a ação de vender, causando o efeito contrário, onde temos muitos querendo vender um mesmo produto e quase minguem comprando, tornando o ativo desvalorizado e causando enorme prejuízo para muitos empreendedores e para a economia geral.
Houve diversas bolhas especulativas na história da economia, incluindo a bolha da Internet que ocorreu no final da década de 1999 e explodiu em 10 de março de 2000, causando consequências desastrosas para a economia dos EUA, levando muitas empresas à falência e, como consequência provocou um superaquecimento do mercado financeiro americano.
No Brasil, também tivemos uma bolha especulativa no mercado financeiro em 2011, chamada bolha do alicate. Esse nome deu-se pelo ocorrido envolver uma empresa gaúcha que fabricava alicates e produtos de cozinha, a Mundial S.A. No segundo trimestre de 2011, as ações da Mundial S.A valorizaram em torno de 1.600% no ano, elevando o valor de mercado da empresa de 77 milhões de reais para mais de 1,4 bilhão de reais em poucos meses. Com o estouro da bolha em agosto de 2011, as ações da Mundial caíram mais de 85% em apenas uma semana e em menos de um ano registraram seu menor valor de mercado histórico.
Jhon Templeton foi um investidor e administrador de fundos famoso na bolsa de valores. Ele disse:
“Mercados em alta nascem do pessimismo, crescem no ceticismo, maduram no otimismo e morrem na euforia”.
Crescem no ceticismo pelo fato de muitas pessoas não pensarem de forma estratégica no futuro e apenas acreditarem naquilo que veem no palco. Não percebem que, nos bastidores, é necessário um grande esforço para se realizar uma apresentação. Apenas na fase de euforia, que é quando tentam imitar o que viram na esperança de terem um grande sucesso imediato, percebem que um show requer muito mais do que um palco e uma boa iluminação.
O mesmo acontece hoje com o marketing digital! Inúmeras pessoas começam a empreender no digital porque veem muitos gurus dizendo ser uma forma fácil e rápida de ganhar dinheiro, mas somente depois percebem que a realidade não é tão simples quanto aparenta e fórmulas mágicas não existem! Investir em qualquer tipo de empreendimento requer um planejamento estratégico de longo prazo, seja ele online ou offline. Em resumo, é importante ter uma base sólida antes de tomar qualquer decisão. Pense nas consequências que isso pode ter no futuro e não seja um Tulipomaníaco.